Municípios da macro-região podem ter consórcio para biodiesel
28/11/2006
Os municípios da macro-região de Olímpia poderão formar um consórcio visando a produção do biodiesel a partir do óleo de fritura usado. O biodiesel serviria então para suprir as necessidades das próprias prefeituras, que economizariam entre 60% a 70% em gastos com óleo diesel para seus maquinários e veículos, e ainda forneceriam o excedente para empresas de transporte urbano, a fim de ser adicionado ao diesel e melhorar a qualidade do ar das cidades envolvidas.
A proposta foi apresentada a prefeitos e proprietários rurais na noite de 3ª passada, 21, no Thermas dos Laranjais, e agora será rediscutida entre representantes de pelo menos 15 municípios, em reunião programada para a cidade de Bebedouro na próxima semana. O prefeito Hélio Bastos assumiu o compromisso de agregar pelo menos 15 chefes do Executivo regionais para tratar da questão. Olímpia, Bebedouro, Viradouro, Guaraci, Altair e Barretos estiveram representados no encontro, que reuniu cerca de 120 pessoas, a maioria produtores rurais ou seus representantes.
“Os municípios têm condições de produzir biodiesel a partir de óleo de fritura, com coleta seletiva e educação da população, suprindo necessidades, substituindo o diesel por biodiesel, numa planta industrial da própria prefeitura”, garante o especialista no assunto, Willian Luiz Cruz dos Santos, palestrante da noite. “Além disso, existe a possibilidade de implantação de grandes indústrias, com a participação de empresários e agricultores da região, sejam pequenos, médios ou grandes”, reforçou.
Depois da palestra-debate que durou cerca de duas horas, foi feita uma reunião de mais uma hora e meia, desta vez somente entre representantes dos prefeitos, representantes e produtores rurais. O encontro prosperou, na opinião dos participantes, “porque eles sentiram o apoio dos produtores”, conforme disse o vereador e presidente da Câmara de Olímpia, Eugênio José Zuliani. “Mas, ainda há detalhes a serem tratados e por isso este novo encontro, em Bebedouro”, completou.
CRÉDITO DO BNDES
Quanto à usina de processamento, sua instalação dependerá do porte das cidades envolvidas no consórcio. “Reunindo 200 mil habitantes, há condições de se produzir por mês até 200 mil litros a partir do óleo de fritura. Uma planta dessas demandaria investimentos da ordem de R$ 400 mil a até R$ 900 mil, dependendo do terreno, das condições de implantação etc. Mas, trata-se de um investimento que se paga a curto prazo”, garante Santos.
Ele informou aos presentes que existem linhas de crédito do BNDES para prefeituras e apoio dos ministérios da Ciência e Tecnologia, do Meio Ambiente e das Cidades, na viabilização de verba para a implantação destes projetos. No Brasil, projetos neste sentido só existem atualmente em Varginha/MG e no Rio de Janeiro, neste caso em convênio com a Universidade Federal-UFRJ. “Agora queremos trazer para São Paulo”, diz Santos. “É um projeto que pode dar certo em qualquer município que queira implantá-lo”, garante o especialista, que ressalta ainda mais um benefício: a geração de empregos, que varia em números de acordo com o porte da usina. “Se for municipal, seriam 20 empregos diretos e 60 indiretos. Se for um projeto envolvendo empresários e agricultores, 300 empregos diretos e mais quatro mil indiretos. Neste caso, com um investimento em torno de R$ 25 milhões”.
Dentro do projeto fora do âmbito das prefeituras, poderia se usar o chamado “pinhão manso”, plantado em meio à laranja, ou outras oleaginosas, como nabo forrageiro e a mamona, projeto este tido como proposta alternativa para a inclusão da agricultura familiar. “O pequeno produtor deixaria de erradicar seu pomar para arrendar a terra para a cana-de-açúcar”, conclui Santos. Por: Jornal Planeta News
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